terça-feira, 7 de agosto de 2012

Arthur Zanetti


Arthur Zanetti entrou para a história da ginástica. Tornou-se o primeiro ginasta brasileiro a ganhar uma medalha em Olímpiada. E foi logo a de ouro! Paulista de São Caetano do Sul, baixinho (1,56m), braços fortes e dono de um sorriso tímido, Arthur, superou o campeão tricampeão olímpico, Yibin Chen, da China em uma exibição quase perfeita nas argolas.

Campeão desconhecido

Marco Goto
Marco Goto
Zanetti foi formado sem apoio da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) ou do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Descoberto aos 8 anos de idade pelo técnico, Marco Goto, começou a treinar na Sociedade Esportiva Recreativa Santa Maria (Serc), de São Caetano do Sul. E lá permanece até hoje. Foi graças ao trabalho de Goto, a estrutura da Serc e o suporte da família - chegou a treinar com equipamentos feitos por seu pai - que se tornou um atleta de ponta. Nem mesmo os resultados expressivos, como o segundo lugar no Mundial do Japão, foram suficientes para despertar o interesse de patrocionadores. Somente nos últimos meses ganhou apoio do COB para custeio de viagens e da empresa alimentícia Sadia.


Desde de Atenas (2004) com Daiane dos Santos, Pequim (2008) e Londres (2012) com Diego Hypolito esperávamos por essa medalha histórica. Daiane e Diego tiveram estrutura, patrocínio e algumas oportunidades para alcançar esse feito, mas não foram capazes. Zanetti, com quase nada, na primeira chance foi lá e colocou a medalha de ouro no peito. É nessas horas em que o campeão se diferencia dos demais.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Vento, ventania


Fabiana Murer chegou à Londres com status de favorita a uma medalha. A cor ainda estava indeterminada. Yelena Isinbayeva voltou às competições no ano passado. E com ela, em forma, o ouro seria difícil, mas não impossível diante dos resultados expressivos da brasileira.
Em Pequim, Fabiana também tinha condições de brigar por uma medalha. Lá, o ouro era certo para a russa. Por isso, o bronze seria muito bem vindo. Tudo corria bem até que... a vara sumiu. Em plena, final a olímpica a vara reservada para o salto final não estava no estádio. Fabiana, até tentou, improvisar com outro equipamento, mas não teve jeito. Todo mundo lamentou e críticou a falta de organização dos responsáveis pela prova. Fabiana recebeu um pedido formal de desculpas, mas viu seu sonho ser destruído, sem poder fazer nada.
Quatro anos se passaram e Fabiana voltou ao cenário olímpico. Agora, como campeã mundial e dona da terceira melhor marca.  Aproveitou esse período para intensificar os treinamentos. E até treinar ao lado da supercampeã russa. "Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar" - era o que todos diziam. E não caiu mesmo. Todas as varas estavam lá. Então, não tinhamos motivos para nos preocupar. Dessa vez, tudo daria certo.
Só esqueceram de solicitar ajuda da natureza. Não pediram ao vento para não atrapalhar. E ele foi até lá prestigiar as competidoras. A maioria, nem percebeu sua presença. Mas, Fabiana não só percebeu como ficou completamente indignada com aquela intromissão e não conseguiu saltar pois o vento, coitado, atrapalhou. Sim, o vento a impediu de superar o sarrafo à 4,55m do chão! Altura que ela vence, diariamente, com ou sem vento em seus treinamentos, já que sua melhor marca é 4,85m. No entanto, no sábado, ela ficou tímida com a presença dele e não conseguiu saltar. Acabou eliminada e não se classificou sequer para a grande final.
Fabiana, em Pequim, foi vítima de uma fatalidade. O que aconteceu com ela poderia ter ocorrido com qualquer outra. Infelizmente, a sorte não coloborou. Mas, dessa vez, não! Ela falhou e deveria ter tida a mesma atitude do ginasta Diego Hypólito e reconhecer seu erro. Atribuir a culpa ao vento ridicularizou sua participação e, o pior, sua carreira. Lamentável.