quarta-feira, 10 de abril de 2013

BIUTIFIUL


Biutiful

           Javier Bardem dá um show de interpretação ao dar vida a Uxbal, um homem que vive a margem da sociedade negociando com chineses e africanos. Sua mercadoria são pessoas. Chineses e africanos que decidem ganhar a vida na Espanha. Novamente, temos o tema da imigração ilegal tão recorrente no cinema europeu moderno. A novidade fica por conta do trabalho escravo. Vemos um grupo de chineses vivendo em condições completamente insalubres sendo explorados numa fábrica de produtos piratas. Enquanto, outro grupo de imigrantes ilegais, dessa vez, africanos revendem esses produtos nas ruas de uma Espanha nada glamurosa, completamente diferente, daquele país de primeiro mundo que conhecemos. 
         “Biutifill” se passa no submundo da Espanha. Talvez resida aí a explicação da grafia errada da palavra beautifill. Não há nada de bonito na história que nos é contada. Não há beleza nos personagens. Não há beleza no lugar.
Entre um negócio e outro, Uxbal utiliza seu dom da mediunidade para lucrar com famílias desesperadas por notícias de seus entes queridos mortos recentemente. Separado, encontra tempo para cuidar de seus dois filhos. Leva a vida com a ética que criou para si até que descobre uma doença grave. Diante de tal notícia tenta organizar sua vida. Sua maior preocupação é com o futuro de seus filhos.

        “Biutifill” nos apresenta a personagens que fazem tudo por dinheiro que não têm limites e nem medem esforços para alcançar seus objetivos. O certo e o errado não existe para esse grupo. Conceitos como ética e moral passam longe de suas vidas.

        Gostei muito do filme e discordo da crítica de que o diretor, Alejandro Gonzáles Iñárruti, errou em abordar tantos temas densos como o câncer, a imigração ilegal, o trabalho escravo, a mediunidade e a bipolaridade. “Biutifill” conta a história de um homem e todos esses temas permeiam sua a vida. Não há necessidade de elaborar um tratado sobre cada tema separadamente. É a maneira com que lida com tudo isso e as influências que exercem em sua vida que importa na narrativa.
           Vale muito a pena ver.  


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