quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Cinquenta tons de cinza

 
Finalmente, terminei de ler o livro mais badalado do momento. Mesmo quem não leu já deve ter ouvido falar, lido algum artigo, visto alguém lendo no trem etc. A escritora americana E. T. James compos uma triologia em que aborda a relação amorosa de dois jovens: Ana Steele e Christina Grey. Seria mais um de muitos romances que temos não fosse o fato de Christian ser praticante de sadomasoquismo. "Cinquenta tons de cinza" abre a série com o início do relacionamento e a introdução de Ana a essa prática. O enrendo gira em torno da descoberta do sexo pela protagonista e suas dúvidas com relação a se tornar uma submissa. 
Com relação a trama senti falta de um pouco mais de história. Considero o enredo fraco. A trama gira somente em torno dos dois. Os outros personagens secundários pouco aparecem e não possuem histórias independentes. É, justamente, na concepção dos personagens que reside o outro ponto fraco. James criou tipos que beiram ao inacreditável. Apesar de ser uma obra de ficção ao contextualizá-la em espaço e tempo contemporâneos pretende com isso torná-lo verossímel.  Criar um Christian como um jovem milionário com menos de 25 anos não é problema, pois temos vários exemplos espalhados pelo mundo. O que complica é o fato de ser apresentado como um príncipe encantado. Viril e sensível, apreciador de música clássica e contemporânea, especialista em vinhos, dançarino exímio, piloto de helicóptero, pianista etc, etc, etc. Por mais que tenha sido criado por uma família rica suas aptidões seriam mais plausível se tivesse mais idade, ou seja, mais tempo para poder ter vivido tudo aquilo.
Por outro lado, temos uma Ana Steele caricata também. Tem gente que acha um absurdo ela ser virgem aos 21 anos! Não chego a tanto. Mas, acho estranho demais que esteja terminando a faculdade sem ao menos ter beijado alguém ou sequer ter tido interesse por outra pessoa. Ana é apresentada como uma princesa da Disney. Estudiosa, trabalhadora e virgem à espera do princípe encantado. E, exatamente, isso que acontece. A diferença é que o príncipe em questão lhe enche de presentes e mimos, mas em troca quer manter uma relação sadomasoquista. Daí surge o conflito que norteia a trama. Ceder ao desejos de Christian e se tornar sua submissa, apesar de não ser essa a sua vontade? Vale a pena ir contra seus princípios para estar ao lado dele?
Outra grande polêmica é em relação as cenas de sexo sadomasoquista. Para os praticantes são fraquíssimas. E para os iniciantes pesadas demais. Por mais louco que possa parecer, James, tentou elaborar uma relação sadomasoquista romântica. Christian bate e depois afaga. Xinga e depois elogia. Ana aceita e depois sofre. Não sei se conseguiu ou se é essa mistura o segredo do seu sucesso. O que sei é que com sua trilogia conseguiu feitos dignos de gente grande. Seus livros desaparecem da prateleiras. As vendas ultrapassam a casa dos milhões. Desempenho digno de autores do quilates de Paulo Coelho.
Vi vários aspectos machistas. Christian é o provedor, o protetor. Ana precisa ser cuidada, protegida e sustentada. Em pleno século XXI, uma jovem universitária talentosa prestes a entrar no mercado de trabalho não pode se comportar como uma mocinha de 15 anos.
O mais importante do livro, a meu ver, não é a qualidade literária em si. Mas, o efeito causado. Livros do gênero sempre foram escritos. Esse não é um assunto novo, mas nunca se divulgou e publicou tanto. O grande mérito de E. T. James foi ter contribuido para esse tipo de literatura ter mais espaço, além de atingir um público muito maior.
Para mim bastou a leitura do primeiro volume.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Crepusculando

 
 
 
Sempre gostei muito de assistir filmes. E, nos últimos anos, esse gosto se intensificou ainda mais. Para minha alegria arrumei um marido tão apaixonado quanto eu.  No momento, estamos fazendo uma maratona Harry Potter nos deliciando com as aventuras do jovem bruxo e cia. Mas, isso é assunto para um outro dia. Hoje iremos nos concentrar na saga dos vampiros.
Filmes com a temática vampiresca nunca me chamaram a atenção. Talvez, tenha visto um ou outro, mas nada que despertasse meu interesse. Quando começou a febre com os livros de Stephenie Meyer "Amanhecer", "Lua Nova" e "Crepúsculo" que deram origem aos filmes não cheguei a ler nenhum título. Assisti ao primeiro filme em casa e aos demais no cinema. Sempre de maneira despretensiosa. Não tenho conhecimento de causa para elaborar um tratado sobre os filmes e, principalmente, dos livros que nem li.
No Brasil, temos o péssimo costume de tentar rebaixar a qualidade de títulos que fazem muito sucesso - foi assim com "Harry Potter" e agora com a triologia "50 tons de cinza" . Não sei se isso é inveja de autores que não são lidos ou se por não sermos um país de leitores não entendemos o fascínio que determinadas histórias despertam. Daí formamos 2 grupos distintos. De um lado, os fãs que devoram páginas e páginas ou compram ingressos para a estréia com meses de antencedência. E do outro, a turma do contra. Os puristas, os pseudo-intelectuais que fazem de tudo para taxar de idiota ou não-inteligentes os integrantes do outro grupo.
Felizmente, ainda vivemos numa democracia. Cada um pode ler o tipo de livro que quiser, ouvir a música que desejar ou assistir aos filmes de que gosta. Ninguém é obrigado a compartilhar de nossas preferências. Como diria minha sábia avó gosto é igual a b****. E cada um tem a sua. Não temos o direito de criticar ou desmerecer o gosto alheio. Da mesma forma, que tenho o direito de não gostar "mesmo que o mundo inteiro esteja amando" determinado livro ou cultuando algum filme. Você tem o direito de adorá-lo. Na teoria parece tão fácil. Ah mas a realidade está ai para nos mostrar que não somos tanto evoluidos assim.
A triologia criada por Stephenie Meyer tem como trama central o relacionamento entre Bella e Edward. Ela uma adolescente humana e ele um vampiro com a aparência jovem, mas já com uma certa idade, digamos! Os dois se apaixonam perdidamente e se já não bastasse ter que administrarem o fato de viverem em mundos diferentes ainda precisam lutar contra lobos e outros vampiros pela sua sobrevivência.  Essa é a base para uma história de romance como tantas outras que ilustram páginas ou telas de cinema há muito tempo.
Os especialistas em vampiros reclamam que os retratados por Meyer fogem completamente da realidade. A autora americana nos dá a sensação de que a melhor coisa do mundo é ser vampiro. Moraremos em casas lindas perfeitamente decoradas, seremos fortes e bonitos, teremos superpoderes, conquistaremos o amor verdadeiro e eterno e ganharemos uma família perfeita. Por favor, me mordam agora! Aquela imagem soturna de vampiros que não podem ver a luz do sol, que mordem mulheres indefesas e inocentes não tem lugar aqui. Nem Brad Pitt e Tom Cruise em "Entrevista com vampiro" foram capazes de despertar tanta vontade feminina de ser mordida.
Para desespero dos fãs a saga chegou ao fim. O último e tão esperado filme apresenta uma Bella mais madura, agora na condição de mãe e sem dúvidas do seu amor por Edward.  Ele agora é um pai que precisa zelar pela segurança e felicidade de sua família. E Jacob, finalmente, se conformou em não ser correspondido. Contundo, nem tudo são flores. Esse é, sem dúvida, o filme mais soturno da série. Com cenas fortíssimas de batalha, cabeças arrancadas, sangue e muita morte.
Não sei se a adaptação cinematográfica se manteve fiel às páginas ou se atendeu às expectativas dos fãs, mas para uma leiga no assunto foi muito satisfatória. Todos os filmes apresentam alto grau de qualidade técnica, em especial, de efeitos especiais. A transformação dos rapazes em lobos é surpreendente. As cenas de ação nos fazem ficar inquietos na cadeira. Foram 4 filmes que me proporcionaram bons momentos de entretenimento, e também de revolta pela forma esterotipada como o Brasil foi retratado sob certos aspectos. Se você não é fã (esse já viu se bobear várias vezes) deixe o preconceito em casa e vá assistir. Veja com seus próprios olhos e tire a sua conclusão. Duas coisas podem acontecer: gostar ou não.Vai que..

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Vale a pena?

O Rio de Janeiro irá sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olímpiadas de 2016. Isso é fato e notório. E para receber eventos dessa magnitude é necessário uma estrutura e tanto. Para atender essa demanda precisamos melhorar estradas, transportes, segurança, ter pessoal preparado, além de estádios de última geração. Estamos nos preparando com a estruturação de setores como:
 
Transportes (de acordo com o http://www.cidadeolimpica.com):
 
  • Transoeste (corredor expresso para a ligar a Barra da Tijuca à Santa Cruz e Campo Grande);
  • Transcarioca (corredor de alta capacidade responsável por ligar a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional, na Ilha do Governador orçada em R$ 1,5 bilhão);
  • TransBrasil (corredor expresso de ônibus articulados ao longo da Avenida Brasil na altura de Deodoro até o Aeroporto Santos Dumont orçada em R$ 1,3 bilhão);
  • TransOlímpica (corredor expresso que ligará Barra da Tijuca à Deodoro);
  • Porto Maravilha ( revitalização do Porto);
  • Bairro Carioca (construção de 11 condomínios para apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida em terreno comprado da Light em Triagem pela Prefeitura);
  • Morar Carioca (reubanização e infraestrutura de áreas carentes);
  • Viaduto da Perimetral (demolição);
  • Construção de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) 
 
Segurança :
 
  • Pacificação de comunidades;
  • Aumento de contingente de políciais militares através da realização de concursos.
 
Recursos Humanos: criação de cursos para preparação de pessoal para atendimento nos eventos, tais como idioma, hotelaria, etiqueta etc.
 
Hotelaria:
 
  • Reformas de hotéis;
  • Liberação para construção de outros empreendimentos imobiliários;
  • Incentivo a criação de novos albergues.
 
Estádios: Acredito que a obra mais popular, nesse quesito, seja a reforma do Maracanã, no entanto, se juntam a ele : Castelão (Fortaleza), Arena Corinthians (São Paulo),  Mineirão (Belo Horizonte); Mané Garrincha (Brasília); Arena Pantanal (Cuiabá); Arena da Baixada (Curitiba); Arena Pernambuco (Sergipe); Arena da Amazona (Manaus); Arena das Dunas (Natal); Beira Rio (Porto Alegre); e Fonte Nova (Salvador).
 
Seria louco se alguém se manifestasse contrário as melhorias no transporte, na segurança, na criação de novos empregos ou na capacitação de nossos jovens para o mercado de trabalho, além dos empregos diretos e indiretos criados na construção civil. Isso tudo é louvável. O que está em questão são as mudanças para a efetivação do chamado Complexo Maracanã, mais do que as obras no estádio, são as mudanças realizadas em seu entorno. Semana passada tivemos a audiência pública, em que a população deixou bem claro sua contrariedade.  As principais mudanças serão na:
 
  • Remoção e demolição da Escola Friedenreich: referência na educação pública ocupa a 4ª e 7ª posição lugar entre as escolas da cidade do Rio de Janeiro e as do Estado, respectivamente, entre todas as instituições de ensino sejam públicas ou privadas com relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Em seu lugar, serão construídas 2 quadras de aquecimento. Será realocada para São Cristovão. 
  •  
  • Demolição do Parque Aquático Júlio de Lamare e da Pista de Atletismo Célio de Barros: reformados recentemente para a realização dos Jogos Panamericanos. Serão "reconstruídos" em terreno da Quinta da Boa Vista. A demolição é justificada para a construção de restaurantes, galerias, lojas etc para gerar renda para possíveis investidores, que mesmo assim, não irão custear o valor total da obra. O Estado e a União continuarão como maior responsável financeiro pelas reformas.
  • Demolição do Museu do Índio para a melhoria de acesso ao Maracanã e evacuação do mesmo em situações de emergência, no entanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI) quando consultado apressou-se em emitir uma nota afirmando não ter exigido a demolição do Museu para criação de rotas de evacuação. 
Nosso governador não cansa de afirmar que tudo que está sendo feito é necessário para sediarmos esses eventos e que sabiamos disso quando nos candidatamos como cidade-sede. Cabe esclarecer que não foi feita uma consulta à população quando nos inscrevemos. Fomos comunicados através da imprensa e só. Também não nos foi fornecida nenhuma explicação sobre as consequências de nossa vitória. Então, sim, estamos sendo pegos de surpresa com todas essas novidades.
 
Será que vale a pena isso tudo? Não somos economistas, mas não parece, no mínimo, sensato investir milhões na reforma de algo para depois derrubá-lo e investir outros milhões na construção de um novo. Gasta-se muito para reformar, depois para destruir e depois para construir novamente. Definitivamente, não faz sentido. Mal comparando seria o mesmo que reformássemos nossa casa para o Natal. Aquela reforma básica patrocinada pelo 13º terceiro. A gente vai lá, pinta tudo, troca cortinas e persianas. Aí quando chegam nossas férias, no meio do ano, resolvemos investir pesado e trocar todas as portas e janelas por modelos maiores. Não teremos que pintar e comprar tudo novamente?
 
Se já tinhamos interesse em sediar esses eventos desde do início dos anos 2000 (fomos eliminados em 2004) porque não pensamos nisso quando nos preparamos para o Panamericano em 2007? Como fomos capazes de contruir um velódromo caríssimo fora dos padrões técnicos mundiais? Culpar o prefeito da época é fácil. Parece que foi o único responsável pela elaboração do projeto. Qualquer leigo sabe que para aprovação de um projeto desses é necessário uma série de assinaturas de gente como secretários de esportes, responsáveis pelas federações esportivas, secretário de meio ambiente, além de inúmeros consultores especializados. E mesmo assim, passou despercebido por todo mundo a construção de um poste no meio do velódromo que impede a visibilidade dos juízes? Não sei o que é pior: pensar no despreparo ou na desonestidade. É desalentador saber que a administração de nossa cidade está sob a responsabilidades de pessoas que acham que o dinheiro público é capim. Essa gastança é desenfreada e irresponsável.
 
Suponhamos que nossos cofres públicos estejam jorrando dinheiro pelo ladrão, que todos os nossos problemas sociais, estruturais, financeiros, ambientais, políticos, educativos enfim tudo esteja resolvido e não tenhamos que nos preocupar com mais nada. E a nossa história vamos jogar fora também? Realocar alunos e professores para outro bairro, quebrar a identidade da comunidade local com o espaço, acabar com o orgulho dessas crianças e profissionais de estudarem e trabalharem em escola pública de qualidade, romper com a memória afetiva e coletiva desse grupo, vale a pena?
 
O Museu do Índio criado em 1953 por Darcy Ribeiro e é a única instituição oficial do país dedicada exclusivamente, a cultura índigena. Posteriormente, seu acervo foi transferido para outro prédio em Botafogo. Atualmente é moradia de 20 índios e abriga o laboratório de análises do Ministério da Agricultura. Recentemente, o Estado adquiriu o imóvel por 60 milhões da Companhia Nacional de Abastecimento. O processo de demolição está bloqueado, pois a Defensoria Pública da União entrou com duas liminares que impendem a derrubada do prédio centenário. Se o COI já afirmou que a permanência do prédio não atrapalha a dispersão do público, se o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) já constatou que  a edificação é recuperável e não constituiu perigo de desmoranamento por que a insistência em derrubá-lo?
 
Mais uma vez, vale a pena?

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A volta

Estive ausente por um tempo, mas foi por uma causa nobre. Nos últimos meses, me dediquei a reformar apartamento, organizar chá de panela, casamento e mudança. De qualquer forma, desculpem a ausência!
 
No último post, estavamos falando sobre as Olimpiadas de Londres 2012. Resumindo, os E.U.A, mais uma vez, lideraram o quadro de medalhas. Michel Phellps entrou, definitivamente, para história como o maior medalhista de todos os tempos. Usain Bolt quebrou todas as expectativas ao se tornar bi-campeão olímpico vencendo com facilidade as provas de 100 e 200m.
O Brasil voltou para casa com 3 ouros (volêi feminino de quadra, o ginasta Arthur Zanetti e a judoca Sara Menezes), alguns tabus quebrados (primeira medalha no boxe feminino e no pentatlo moderno feminino), decepções (seleção brasileira masculina de futebol, Diego Hipolito, Fabiana Murer) e a responsabilidade de organizar os próximos jogos.
 
Na política nacional, tivemos eleições regionais para prefeito e vereador. Nacionalmente, estamos presenciando o julgamento do Mensalão e, pasmem, parece que não vai terminar em pizza. No Rio de Janeiro, mais uma comunidade dominada pelo tráfico foi pacificada. Assistimos, indignados, mais um caso de violência chocante contra um grupo de jovens brutalmente assassinados por terem invadidos a cachoeira privada de bandidos. Presenciamos a aclamação de uma novela que fez o Brasil para para ver os desfechos de seus personagens e, contou, com esquema especial de distribuição elétrica para que não faltasse luz por causa dos milhares de aparelhos ligados ao mesmo tempo.
 
Espero em meio a trabalho, estudos e administração doméstica poder manter a rotina dos posts . Lá vamos nós tentar novamente!
 
 
 

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Arthur Zanetti


Arthur Zanetti entrou para a história da ginástica. Tornou-se o primeiro ginasta brasileiro a ganhar uma medalha em Olímpiada. E foi logo a de ouro! Paulista de São Caetano do Sul, baixinho (1,56m), braços fortes e dono de um sorriso tímido, Arthur, superou o campeão tricampeão olímpico, Yibin Chen, da China em uma exibição quase perfeita nas argolas.

Campeão desconhecido

Marco Goto
Marco Goto
Zanetti foi formado sem apoio da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) ou do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Descoberto aos 8 anos de idade pelo técnico, Marco Goto, começou a treinar na Sociedade Esportiva Recreativa Santa Maria (Serc), de São Caetano do Sul. E lá permanece até hoje. Foi graças ao trabalho de Goto, a estrutura da Serc e o suporte da família - chegou a treinar com equipamentos feitos por seu pai - que se tornou um atleta de ponta. Nem mesmo os resultados expressivos, como o segundo lugar no Mundial do Japão, foram suficientes para despertar o interesse de patrocionadores. Somente nos últimos meses ganhou apoio do COB para custeio de viagens e da empresa alimentícia Sadia.


Desde de Atenas (2004) com Daiane dos Santos, Pequim (2008) e Londres (2012) com Diego Hypolito esperávamos por essa medalha histórica. Daiane e Diego tiveram estrutura, patrocínio e algumas oportunidades para alcançar esse feito, mas não foram capazes. Zanetti, com quase nada, na primeira chance foi lá e colocou a medalha de ouro no peito. É nessas horas em que o campeão se diferencia dos demais.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Vento, ventania


Fabiana Murer chegou à Londres com status de favorita a uma medalha. A cor ainda estava indeterminada. Yelena Isinbayeva voltou às competições no ano passado. E com ela, em forma, o ouro seria difícil, mas não impossível diante dos resultados expressivos da brasileira.
Em Pequim, Fabiana também tinha condições de brigar por uma medalha. Lá, o ouro era certo para a russa. Por isso, o bronze seria muito bem vindo. Tudo corria bem até que... a vara sumiu. Em plena, final a olímpica a vara reservada para o salto final não estava no estádio. Fabiana, até tentou, improvisar com outro equipamento, mas não teve jeito. Todo mundo lamentou e críticou a falta de organização dos responsáveis pela prova. Fabiana recebeu um pedido formal de desculpas, mas viu seu sonho ser destruído, sem poder fazer nada.
Quatro anos se passaram e Fabiana voltou ao cenário olímpico. Agora, como campeã mundial e dona da terceira melhor marca.  Aproveitou esse período para intensificar os treinamentos. E até treinar ao lado da supercampeã russa. "Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar" - era o que todos diziam. E não caiu mesmo. Todas as varas estavam lá. Então, não tinhamos motivos para nos preocupar. Dessa vez, tudo daria certo.
Só esqueceram de solicitar ajuda da natureza. Não pediram ao vento para não atrapalhar. E ele foi até lá prestigiar as competidoras. A maioria, nem percebeu sua presença. Mas, Fabiana não só percebeu como ficou completamente indignada com aquela intromissão e não conseguiu saltar pois o vento, coitado, atrapalhou. Sim, o vento a impediu de superar o sarrafo à 4,55m do chão! Altura que ela vence, diariamente, com ou sem vento em seus treinamentos, já que sua melhor marca é 4,85m. No entanto, no sábado, ela ficou tímida com a presença dele e não conseguiu saltar. Acabou eliminada e não se classificou sequer para a grande final.
Fabiana, em Pequim, foi vítima de uma fatalidade. O que aconteceu com ela poderia ter ocorrido com qualquer outra. Infelizmente, a sorte não coloborou. Mas, dessa vez, não! Ela falhou e deveria ter tida a mesma atitude do ginasta Diego Hypólito e reconhecer seu erro. Atribuir a culpa ao vento ridicularizou sua participação e, o pior, sua carreira. Lamentável.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Perdas e Ganhos

O Brasil começou com o pé direito as Olímpiadas. Logo, no primeiro dia ganhamos 3 medalhas. Uma de cada cor para nos encher de expectativas.

Ouro: Sarah Menezes



Com seu jeitinho tímido ela derrubou todas as adversárias e entrou para história como a primeira judoca brasileira a ganhar uma medalha de ouro. Depois timidamente subiu ao pódio para receber seu merecido prêmio. Vitória de uma piauense de 22 anos que sempre se recusou a trocar sua cidade para treinar no Rio ou em São Paulo. Sua justificava era de que não precisaria abandonar suas raízes para se tornar vitoriosa. E não precisou mesmo. Vendo-a em ação pareceu tão fácil vencer. A sensação era de que estava lutando com suas conterrâneas em seu centro de treinamento. Deu aula de segurança e confiança.


Prata: Thiago Pereira



Demorou, mas veio a tão sonhada medalha olímpica. Desde que despontou nas piscinas brasileiras aos gritos maternos de "vaiiiiii Thiago" buscava esse pódio. Em Pequim, passou perto com o quarto lugar. Dessa vez, passou perto foi do ouro. Essa medalha é resultado de um trabalho incansável de tentar vencer o fenômeno Michael Phelps. Ele conseguiu. O americano não foi sequer para o pódio.


Bronze : Felipe Kitadai




No dia de seu aniversário se tornou medalhista olímpico. Talvez, seu pedido tenha sido por uma de ouro, mas garanto que não está reclamando da cor que ganhou. Sua emoção após a última luta foi contagiante.

Alegria de pobre dura pouco...

Durou muito pouco nossa esperança. O ginasta Diego Hypolito nos trouxe de volta à realidade a não se classificar para as finais da competição de solo, prova em que era favorito. Como em Pequim viu seu sonho ir embora ao sofrer uma queda. Logo, após a exibição, declarou em entrevista: "Amarelei". Não entendo o que acontece com ele. Diego é um atleta de ponta, conta com patrocínios, disputa as principais competições, se dedica ao esporte, está acostumado a competir sob pressão, mas parece que nas Olímpiadas nada disso conta. Nas duas vezes perdeu para ele mesmo. Se tivesse executado sua série mais simples teria ganho a medalha de ouro, sem muito esforço, tamanha a sua superioridade. Uma pena. Espero que se recupere e dê continuidade a sua carreira.


 E desde, então, não ganhamos mais nada.


quinta-feira, 26 de julho de 2012

Olímpiadas 2012

Nos próximos dias nos dedicaremos a comentar os Jogos de Londres 2012. A abertura oficial será dia 27 às 17h, horário de Brasília. Mas, as competições de futebol já comerçaram. Ontem, foi a vez das mulheres estrearem com goleada (5x0) contra a fraca seleção de Camarões. Hoje, Neymar, Lucas e cia darão início a busca pelo ouro olímpico. Título que falta a extensa sala de prêmios da Seleção. O Brasil enviou o que tinha de melhor para Londres. Temos jovens de talentos reconhecidos internacionalmente. Se em edições passadas a CBF não valorizava tanta a competição agora a tem como prioridade do ano. Alguns, mais alarmistas, afirmam que senão vencer, Mano Menezes, dará adeus ao comando da seleção. Em contrapartida, a seleção feminina continua com o desejo antigo de conquistar os Jogos. A realidade, infelizmente, é cruel demais. Nossa seleção não se renovou como era preciso, principalmente, no setor defensivo e agora, além das americanas, temos que nos preocupar com as japonesas em grande momento após a conquista da Copa do Mundo.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Eu prometo

Manter uma regularidade nos posts. A rotina corrida talvez me impeça de passar por aqui com a frequência desejada, mas farei de tudo para não me ausentar por muito tempo. Quanto ao tema, não me prenderei num assunto só. Talvez, escreva com mais intensidade sobre livros, filmes, esportes e música. No entanto, todo e qualquer assunto poderá ser debatido aqui.

Eu te batizo...


Antes de iniciar os traballhos vamos a explicação do nome...
Quando era criança meus pais obrigavam meus irmãos mais velhos a me levarem a tiracolo em suas brincadeiras. Eles, claro, detestavam essa minha intromissão. No entanto, como era isso ou ficar em casa lá ia eu me achando por estar com os mais velhos. Não bastava me levar eu tinha que participar também senão a choradeira começava.  Brincava, mas por ser a mais nova da turma não tinha credibilidade. Meus pontos não valiam, meus gols não eram computados, ninguém me levava a sério, enfim era café com leite. No início, ficava injuriada com aquilo. Queria ganhar. Queria ser levada a sério. Com o tempo percebi que o apelido era inofensivo e passei a me aproveitar dele. "Ah é, não vão me marcar, então no Pique-Bandeirinha vou pegar a bandeira sempre". Até que um belo dia perdi a condição de café com leite e passei a ter meu talento reconhecido.


Por outro lado, havia a bebida quentinha preparada por minha mãe. Destestava ver meu talento diminuido nas brincadeiras, mas amava essa mistura.  Para mim mais café que leite. Hoje confesso que prefiro o café puro e simples, mas ainda não resisto ao "marronzinho". Tantos significados para uma simples expressão é, mais uma, prova da maravilha que é a língua portuguesa. Essas três palavrinhas me proporcionam excelentes lembranças. Quando surgiu a ideia de criar o blog diversos nomes vieram a mente, mas nenhum me agradava. Até que lembrando da infância em conversa com meus essa expressão apareceu. Pronto nascia ali o blog Café com leite.